OPINIÂO: Fim do Vaticano?

Por,
Augusto Deveza Ramos
Sociólogo

Nos últimos meses temos sido densamente informados acerca de vários escândalos, envolvendo elementos da Igreja Católica de todo o mundo e da alta hierarquia do Vaticano. Escândalos invariavelmente associados à violência sexual e pedofilia. Muitos desses crimes, levados entrtanto a tribunal, tinham um historial de 40 anos. Como no caso da diocese de Bufalo, EUA; onde foram condenados mais de 119 padres, freiras e pessoal da administração da igreja católica, alguns deles já falecidos. Isto sem contar casos ocultados ou desaparecidos, nos porões dos tempos, de vítimas que viveram no silêncio - sob ameaça e chantagem - e na vergonha. Mas a avalanche de noticias só aconteceu depois de um julgamento na Pensilvania,EUA, em Setembro de 2018, onde foram condenados dezenas de padres e reveladas dezenas de vitimas.

1. Vaticano predador

Recentemente, um livro do francês Fréderic Martel, que se propôs a investigar a homosexualidade no Vaticano, detectou inesperadamente, que tal prática é uma aberração pior do que se pensava: Martel afirma, no seu livro «Sophistry- Gay Catholic Priests», que 80 % dos padres no Vaticano, são homosexuais, e classifica o Vaticano como Sodoma. Além disso, tratam-se de uma sexualidade aberrante que consiste em jogos de predação sexual, em que padres e freiras se perseguem uns aos outros, para actos sexuais predatórios e de dominação. Provavelmente até para elaboração de uma rede de 'compromissos' futuros.

Os escândalos são quase diários. Pelo menos, todas as semanas há mais uma denuncia de um padre, ou de um conjunto de padres, pedófilos ou associados a escândalos sexuais. Ou noticias da suas condenações. Por vezes, surge a retórica agenda da "mea culpa" pelo papa Francisco, ou alguem da hierarquia a acusar o papa como cumplice do silêncio católico na agenda de Sodoma. Até os jornais portugueses estão a pedir aos leitores, sob confirmação de anonimato, estórias que denunciem padres e/ou a igreja católica. Mas o silêncio reina entre os crentes católicos que regularmente vão ao culto. Nem uma palavra.

No ano passado, Luigi Capozzi, um padre associado ao cardeal Coccopalmerio, ambos fervorosos apoiantes do papa Francisco, foi detido em flagrante pela policia italiana, numa orgia homosexual e intoxicado por cocaína. Sim, cocaína.

2. Os segredos católicos

Recentemnte, um psiquiatra, Steve Piezenick, ex-operativo da CIA, anunciou que se estava a constituir uma organização mundial para levar o actual papa a tribunal por cumplicidade na morte de freiras e padres, durante a sua estadia no regime da Argentina como bispo. O que revela algo mais profundo no Vaticano do que apenas trajectórias sexuais predadoras. O mesmo ex-operativo da CIA, revelou ainda que esteve vários anos silenciado e oculto, sob ameaça, apenas por conhecer, enquanto operativo da CIA, estes factos de Jorge Bergoglio hoje conhecido como papa Francisco.

Chocante? Sim, para o comum dos humanos. Não para uma instituição que proclama mais o ego, do que o ensinamento de Jesus Cristo. Onde a rigida hierarquia tem um enorme poder de dominação sobre os novatos ou os "inferiores". Esta hierarquia, fortemente estruturada, gera necessariamente a ilusão de separação e, logo, a ilusão da dominação. Humanamente disfuncional, esta hierarquia tem um propósito: exibir uma instituição cujo objectivo é permanecer acima das vontades individuais, acima das "fraquezas" humanas. Mas a maior parte da opinião publica, não consegue conceber que uma instituição permaneça acima dos seus elementos, sacrificados num culto perdido entre a leveza do 'espirito santo' e o peso de edificios sumptuosos, onde se escondem negros segredos.

3. Profecias e especulações: o "Ultimo Papa"

A Internet abriu uma caixa de Pandora, onde tudo se diz e tudo se vê. Mas nem tudo é fancaria. Com alguma exigência e curiosidade cientifica, poderemos encontrar personagens interessantes. Um deles é Tom Horn, ex-pastor, investigador, autor e personalidade dos media, que expõe o Vaticano e a sua trajectória pagã, "paralela" aos ensinamentos de Cristo.
Tom Horn, tem divulgado nos media - mais na Internet - a tese do «Ultimo Papa» (The Last Pope).

Essencialmente, Horn, apoiado numa profecia do Padre Malaquias, sec. XI, (1094-1148), diz que este papa Francisco é o ultimo papa. O padre Malaquias foi um padre irlandês, canonizado, a quem era reconhecido o dom da profecia e da cura. Malaquias escreveu um livro de profecias, compostas por 112 frases, correspondendo cada frase a cada papa. Entretanto, o livro ficou escondido na biblioteca do Vaticano durante mais de 400 anos, até ser libertado para o público em 1595 por um historiador beneditino, Arnold Wion.

Neste livro de 'profecias', o padre Malaquias retratava cada papa, do passado e do futuro, em frases de surpreendente certeza. Por exemplo, na frase 110, correspondente ao Papa Joaõ Paulo II escreveu "De labore sous" (do trabalho do sol), e de facto, o Papa João Paulo II nasceu durante um eclipse solar parcial e morreu, em 2005, tambem durante um raro eclipse, ou seja, durante o trabalho do sol. Para a frase 111 referente ao Cardeal Ratzinger, está escrito "Gloria Olivae" (Gloria da Oliveira), sendo que a oliveira é o simbolo dos beneditinos, e Ratzinger, não sendo beneditino, terá escolhido o nome de Papa Benedito XVI - não se sabe por obediência á profecia de Malaquias ou decisão individual.
O facto é que Malaquias terá escrito apenas 112 frases para 112 papas; Jorge Bergoglio, argentino, filho de pais italianos, é hoje o 112º Papa, Francisco.

Para o actual papa Francisco, a profecia nº 112 (a mais longa de todas as profecias) de Malaquias diz o seguinte:
"Na extrema perseguição da Santa Igreja Católica, estará sentado Pedro o Romano e enfrentará multiplas tribulações e quando estas coisas estiverem terminadas, a cidade das setes colinas será destruída e o juiz impiedoso julgará o seu povo. Fim."

De referir que "Pedro", é o mesmo que 'papa', sucessor de Pedro, o fundador. "Romano", significa "alguém que que fascina o mundo", tudo o que o jesuita Francisco tem feito até hoje. Além disso Bergoglio inspirou o seu nome em Francisco de Assis que tinha nomes originais Pietro de Bournadone, que significa 'Pedro o Romano' (Petrus Romanus). Mas também Francisco de Assis profetizou acerca do ultimo Papa: "elevar-se-á ao pontificado, que pelo seu carácter, inspirará muitos a entrar em erro e morte, porque nesses dias, Jesus Cristo, não enviará não um verdadeiro pastor, mas um destruidor", diz a profecia franciscana.

4. A avalanche de escândalos

Passe a curiosidade, posso lembrar aos leitores, algo em que vão concordar comigo: nunca se publicaram tantas noticias prejorativas, nem nunca se especulou tanto acerca do Vaticano. Observadores atentos têm atribuido estes escândalos a conflitos internos entre os vários grupos do Vaticano. Principalmente aos jesuitas, conhecidos como policias do Vaticano, que tentaram apoderar-se do poder diplomático internacional da igreja, para divulgar e impor uma ordem politica no planeta: a Nova Ordem Mundial.

O 112º Papa, Francisco, tem contudo apresentado timidas justificações para esta avalanche de acusações, denúncias e provas de escândalos sexuais. Tem, inclusive, sido acusado, dentro e fora do Vaticano, de conivente, cumplice e ocultador destes factos. Recentemente, Francisco justificou todas estas notícias e 'ataques' como 'obra do diabo'.

Sem intenção de normalizar a decepção, sabemos que a corrupção no Vaticano não é nada de inesperado. A história popularizou os Borgia, numa hierarquia religiosa católica que se ocupava em orgias, conluios familiares, traições, esquemas de poder, espionagem, vinganças, chantagens. O inferno na Terra. Hoje, sabe-se até que os jesuitas tinham até um pequeno grupo de padres-mercenários para 'providenciar' a "extrema-unção" a quem colocasse en causa os interesses secretos do Vaticano - é que o Vaticano para além de uma organização religiosa é um também um banco e um cofre, poderoso, de uma elite, que quer manter o seu poder de influência.

5. Factos e folclore

O facto é que o Vaticano tem sido centro de intrigas e especulação nos últimos anos, num correrio de teses e antíteses: desde a ousada sugestão de que a praça S. Pedro é a perfeita base para aterragem de uma nave espacial; que as enormes portas dos palácios do Vaticano são destinadas à passagem de gigantes que um dia nos visitarão do espaço; passando pela arquitectura alegadamente 'reptiliana' inscrita nos edificios do Vaticano; sem esquecer que as igrejas de duas torres (dois cornos) representam a influência satânica - animalesca - no catoliciscmo.

Mas factos são que a Basílica de S. Pedro tem incluída um visivel, enorme e sumptuoso trono, que não se destina propriamente a nenhum ser humano, mas certamente a 'algo', pelo menos, 3 vezes maior que um jogador de basquetebol. Além disso, o Vaticano é sócio do mais poderosos telescópio do mundo (com o curioso nome de L.U.C.I.F.E.R.) orientado fixamente para apenas um lugar do universo, para observar "o que aí vem em direcção á terra" - segundo justificação da hierarquia católica. E que em 2010, o Vaticano reuniu a nata cientifica mundial para debater "O impacto da descoberta de vida extraterrestre". É ainda o detentor de uma biblioteca que guarda segredos, tecnicas e histórias incalculáveis, muitos deles nunca revelados.

Hoje alega-se que o Vaticano guarda também parte do espólio da conquista nazi: obras de arte, joias, ouro e até propriedades. E isso faz algum sentido: sabendo que o papa Pio XI, que se opôs a Hitler, terá sido envenenado em 1939, -depois de escrever varias encíclicas papais anti-nazis - e substituido por um 'fantoche', Pio XII, que manietou os católicos alemães, silenciou o Holocausto e ocultou o exterminio de ortodoxos e judeus na Croácia. O Vaticano foi ainda a estação secreta, onde oficiais nazis se esconderam e aguardaram a sua deportação para a Argentina (principalmente). Mas tambem se sabe que muitos católicos foram fundamentais na ajuda a milhares de judeus.

As especulações à volta do Vaticano geram um inesperado interesse e estimulem a imaginação, por parte do publico, ávido de conhecer segredos da mais faustuosa das instituições no planeta. Foi essa mesma especulação que vendeu milhares de livros de Dan Brown, 'Código da Vinci', e gerou a avidez de outros romanceiros oportunistas. Mas também fez aumentar o turismo para o Vaticano, onde o preço de um bilhete para uma visita custa, em média, 50 Euros.

6. Conclusão

Durante séculos, o Vaticano foi um temido contra-poder. Na Idade Média, ninguém fazia guerra sem autorização da igreja. E mesmo quando as faziam, os seus resultados poderiam ainda ser anulados pelo papa. A corrupção dentro da igreja era muito menor se comparada com aquela que o povo realmente se interessava: a aristocracia e a realeza.
O contra-poder da igreja foi sempre - sob variável grau - um poder incontestável até ao sec. XIX e XX. Precisamente, quando o estado moderno - agora laico - decide poder fazer guerra sem autorização do papa. O Vaticano tinha perdido o seu poder de influência. Desde então, o Vaticano tem flutuado no cenário da politica internacional como um filho perdido, com pouca influência. Embora com Francisco a tentar recuperar alguma influencia e até interferir, como fez nas eleições americanas, criticando o hoje presidente Donald Trump. O 112º Papa, Francisco, concorde-se ou não com ele, gerou uma popularidade inesperada que estava perdida desde João Paulo II.

Mas porquê "de repente" tanta publicidade negativa e notícias prejorativas que envolvem o Vaticano e a sua hierarquia? Uma das explicações é a dos conflitos entre as diversas fações internas do Vaticano. Mas os mesmos escândalos, hoje expostos, já existiam durante João Paulo II e não havia tantos megafones e hordas de jornalistas à volta do Vaticano. Porquê então, de repente, a denuncia massiva de casos que, alguns deles, eram conhecidos há 40 anos? Porque ninguém fez nada? Não terão usado estes casos como instrumentos de compromisso politico futuro?

Coloco quatro hipóteses como reflexão:

1. Talvez, com esta avalanche de noticias negativas, os "senhores da guerra" - organizações politicas mundiais -, estejam a preparar a opinião pública e a juventude, para rebaixar a influência moral do Vaticano, diminuir o eventual papel de pacificação do («Ultimo»?) Papa Católico durante conflitos futuros;

2. Pode tratar-se de mais uma agenda de degradação da imagem do cristianismo na Europa, paga pelos biliões de religiões rivais, como a islãmica da Arabia Saudita - isto se conhecendo a invasão islâmica e o seus reflexos demográficos daqui a 20 anos, quando parte significativa da população europeia for muçulmana (nota: o islão não distingue catolicismo de cristianismo, para eles o Vaticano é m.q. cristianismo).

3. Será um desvio de atenção mediática aos crimes praticados por migrantes muçulmanos (e por elites politicas), principalmente em Inglaterra e na Suêcia: pedofilia, tráfego organizado e escravidão de crianças e adolescentes, violações constantes de menores, ghettos inexpugnáveis, crime exponencial por migrantes e sabotagem pela policia de muita desta informação.

4. Mas podem ser, em simultâneo, as teses anteriores: a programação de um cenário de futuras guerras civis na Europa, pré-desacreditando o papel conciliador e pacificador do Vaticano.

Não oculto as provadas e silenciadas vitimas - que Deus as inspire e acolha - dos abusos da hierarquia católica. Como nem pretendo fazer uma lavagem dos escândalos sexuais publicados e condenados legalmente, nem desejo impunidade aos abusadores. Apenas observo algo que (passe suposta arrogância), talvez, mais ninguém queira antecipar e prevenir: o fim, lento, da influência do cristianismo na Europa; primeiro nos media e opinião publica, depois, por reflexo, no quotidiano da sociedade ocidental.
Porque sem cristianismo, ninguém o negue, está preparado o terreno para trágicas guerras.

deveza.ramos@gmail.com

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