OPINIÂO: Europa a acordar.



1. Macron sem direcção.

O povo francês está, decididamente, contra Macron. As revoltas de Paris não pararam e Macron repensou a subida de impostos de 25% nos combustiveis para os 22%. Mas não é suficiente para profissionais que dependem dos combustiveis para a sua actividade e sobrevivência.
Lembre-se que as taxas de Macron, são mais uma parte do esquema para sugar a classe média europeia. Em nome do controle das "mudanças climáticas" (este engraçado esquema fiscal tinha o nome, até recentemente, de "aquecimento global") Macron quer punir os franceses pela sua poluição e "agresão ao clima do planeta". Coitados dos franceses: os alemães poluem 3 vezes mais, os EUA poluem 10 vezes mais e a China polui 30 vezes mais, segundo argumentos de Marine Le Pen do "Rassemblement Nationale". E adianta: "um navio-cargueiro chinês, só um, que venha da China para a Europa, com os seus produtos chineses, polui mais do que toda a frota automóvel francesa em 1 ANO!" Porque há-de ser a Europa e a França, a exclusiva responsável pela poluição do planeta?, pergunta a ex-candidata à presidencia francesa.
Por uma razão simples: para se destruir lentamente a França (primeiro, a Europa depois), até 2030 (data da instauração do primeiro governo mundial não eleito); quer por criação de pressão fiscal; quer pela  "hijra" islâmica (conquista pela migração); quer por agendas de sustentabilidade", não votadas pelo povo, da ONU não-eleita. O objectivo dos globalistas é destruir a Europa; a sua civilização, cultura e exemplaridade no planeta, como um continente único de soberanias constitucionais e democráticas.

Mas os tempos actuais não são fáceis para os globalistas. Não só a internet criou mais informação e comunicação e logo mais interrogações na banda popular, como há outros protagonistas na informação de massas, que não se misturam em compromissos de poder, questionam e fazem questionar, as narrativas fast-food dos media-mafia (como este jornal, por exemplo).
Mesmo depois da tentativa de consenso do governo com a sensata Marine Le Pen, que reuniu com o ministro do interior, o povo não deixou de ser hostil às exigencias de Macron. Até os conflitos de rua deixaram de ser polarizados: policias tiraram os capacetes diante dos manifestantes, em sinal de solidariedade com os objectivos da manifestação; e bombeiros que estavam em ambulâncias em serviço de prevenção, juntaram-se aos manifestantes. Mas os militares são os mais descontentes.
Politicamente, é uma batalha perdida para Macron: se recuar, mostrará erro, um sinal de fraqueza e incompetência politica, se permanecer continuará o descontentamento que se traduz na sua crescente impopularidade.
Mas Macron não pode recuar. Tem demasiados compromissos com as seitas de globalistas e bancos internacionais pró-globalização (que lhe financiaram a campanha presidencial), e criou demasiadas expectativas à horda de funcionários publicos, urbanos, que precisam dos mega-impostos. Hoje a França está que dividida entre as cidades sugadoras e o interior, das pequenas povações, onde mais se sofre de abandono. Além disso, a França de Macron viaja delirantemente em direcção ao federalismo da UE (não-eleita), para o que não se coibe de pagar massivas contribuições, em nome de uma organização moribunda, desacreditada, de onde os franceses não vêm retorno efectivo.
Face a este cenário, Macron pode vir a exarcebar o seu ego: declarar lei marcial e deceptivamente, anular os direitos dos franceses. Tudo o que os globalistas querem, para servir de exemplo em toda a Europa.
Mas os ventos das revoltas populares estão a ser espalhados pela a Europa. Na Suécia, houve manifestações á porta do parlamento para se questionar as politicas globalistas.

2. Direita inglesa dividida

Em Inglaterra, o acordo de Theresa May com a UE continua a criar desânimo à direita e à esquerda. Anton Corbjn, lider da esquerda inglesa trabalhista, mostrou-se indignado com este acordo. Se Corbjin se mantém um "Remainer" (pró-União Europeia), teve a sensata honestidade de se manifestar contra um acordo que "atraiçoa a vontade e o referendo popular e coloca em causa as futuras aspirações dos ingleses", comentou, mesmo sendo anti-Brexit.
Entetanto, a direita inglesa mostra sinais de separação. Nigel Farage, mentor do Brexit e carismático parlamentarista na UE, anulou, na passada 2ª feira, a sua inscrição no UKIP (United Kingdom Independent Party), partido que fundou em 1993. A sua decisão, disse na LBC - radio onde faz programa semanal -, é uma tomada de posição contra a orientação recente do partido que, segundo Farage, se tem voltado para a extrema direita. "Isto pode ser perncioso para todo o movimento Brexit" disse Farage, se o partido se vir representado por extremistas, alguns com com registo criminal grave.
A orientação recente do UKIP tem como paradigma principal o anti-islamismo. Gerard Batten, o lider actual do UKIP, tem mantido contactos com Tommy Robinson do EDL (English Defense Ligue), conhecido por estar associado ás lutas da classe operára inglesa, contra a ocupação e criminalidade islâmica (os media associam-no à extrema-direita). Tommy Robinson ganhou fama por perseguir e denunciar redes islâmicas de pedofilia, tráfego e abuso sexual de crianças e jovens; algumas dessas redes, condenadas em tribunal. Farage não se mostra particularmente contra Robinson, ou as suas causas; mas teme que seus seguidores, alguns dos Partido Nacionalista Inglês (B.N.P.), voltem ao UKIP, de onde Farage os expulsou.

3. Itália intrépida e soberana

Na Itália, Salvini deu poder aos italianos para limpar o crime e o caos da migração. O "Decreto Salvini" vai controlar os centros de acolhimentos de migrantes explorados por migrantes e activistas "open-borders"; acentua a perseguição aos traficantes de seres humanos e dá mais poder ás autoridades no combate á mafia. Assim, a protecção humanitária da Itália passou de 2 anos para 1 ano (seis meses; no caso de protecção de desastre natural); impedimento de requerer asilo e expulsão aos que cometem crimes; protecção especial a crianças desacompanhadas e vigilância de oportunistas que já tenham outros apoios internacionais. Salvini tambem reforçou o armamento da policia com 'tasers' (armas de choque).
O primeiro-ministro italiano do Movimento Cinco Estrelas, mostrou-se muito satizfeito e disse: "isto é apenas o início". Claro que a retórica dos protectores de trafego de humanos, e organizações oportunistas não-governamentais, não deixou de se ouvir; mas os italianos em geral, e os media inclusive, têm a noção que se trata de legislação de senso-comum para a grande maioria dos italianos, pelo que não tem causado significativa oposição.
Salvini anunciou ainda, esta semana, que não vai assinar o pacto (sinistro) da ONU (de Guterres) para a emigração, juntando-se aos EUA, Hungria, Suíça e Polónia. Esta posição forte de soberania de Salvini, mostra que as negociações (intencionalmente deceptivas), de Theresa May/UE não intimidam nem desmoralizam a Itália. Porque são negociações de folclore.


Augusto Deveza Ramos
Sociólogo

deveza.ramos@gmail.com

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