OPINIÃO: O negócio da emigração é escravatura


Por,
Augusto Deveza Ramos
Sociologo

1. A formação do liberalismo e o declínio do Ocidente

O Liberalismo é uma ideologia de estado que se formou ao longo de séculos, embora atribuido a John Stewart Mills, é o resultado do estabelecimento da Lei acima de qualquer rei, grupo ou família criada com a Magna Carta em 1225. Com uma trajectória sinuosa, o liberalismo acabou por se impor na criação do estado moderno e hoje o estado democrático apoia-se nas teorias liberais, que lentamente foram reinvindicando mais esforços às populações, através de impostos e adptações, num contrato social cada vez mais difícil e hostil á população ocidental.

Em essência, o liberalismo é o estabelecimento de leis à sociedade. Leis gerais, corporativas e individuais que geraram o estado assistencial, massivo, com tendência a crescer e que exige enormes estafas e recursos da população. Este 'estado' não só criou novas classes sociais, a dos burocaratas e políticos, como formatou a sociedade ocidental para a sua inevitabilidade e auto-perpetuação: hoje, os estados liberais democrático-assistenciais precisam de cada vez mais "vitimas" (sejam elas de raça, género, origem, ou posição social), para se legitimar e financiar, a emigração de massas vem servir esse propósito, como uma luva.

2. A emigração é lucro para o liberalismo

O conceito de «emigração» não é um conceito universal. É um conceito ocidental. As sociedades árabes, chinesas, ou japonesas não têm a noção de "emigrante", mas de "estrangeiro". A emigração, principalmente a de massas, gerada no inicio do sec. XX, de irlandeses e italianos para os EUA, foi o grande poster da emigração como um fenómeno mundial. Mas era apenas um poster. Nos anos 60, as emigrações na Europa reforçaram ainda mais esse "conceito universal de emigração". E hoje, a ONU tende a formatar a opinião publica para essa falácia da "emigração como um fenómeno universal". Mas não é, foi a aranha-mãe, a ONU, que propagandeou essa falsa ideia de emigração.

Há diferenças entre o conceito de "emigrante" e o de "estrangeiro"; enquanto o estrangeiro está num país de acolhimento para um salário, visita ou serviço (serve principalmente a economia ou a sociedade) mas sem o estatuto social dos naturais; o emigrante serve principalmente o estado, porque vai adquire o mesmo estatuto dos naturais, incluindo a protecção legal do estado, independentemente do seu contributo, ou não, à economia e/ou sociedade.

Por isso o estado liberal precisa de reverter o estatuto de estrangeiro, para emigrante – que será agora um estrangeiro com plenos direitos iguais aos locais. Assim, todos os estrangeiros, ao adquirirem o estatuto de emigrante passam a obter a mesma protecção do estado e adquirem os mesmos benefícios e compensações legais que os naturais. Fatalmente, estes emigrantes passam a ser escravos do estado liberal, agora instrumentalizados para servirem o funcionamento do sistema fiduciário, assistencialista, que aumentará impostos e se endividirá ainda mais para os acolher.

Por isso, actualmente mais de 95% dos refugiados-migrantes vindos para a Europa, estão convenientemente desempregados; porque não estando a servir a economia, estão - sem horror da classe burocrática -, a servir os bancos centrais do estado assistencial, que precisa de tais escravos para crescer, justificar-se, captar impostos e endividar-se (o ciclo habitual).

Neste estado assistencial o conceito de emigrante torna-se semelhante ao de predador,. Mas pior, a dignidade destes "emigrantes", só funciona enquanto se mantiverem dependentes da assistência do estado. E é esse poster de emigrante, protegido pelo estado ocidental, que a ONU quis ver aprovada no ocidente, com o Plano Global de Emigração (PGE)

3. A Nova Ordem Mundial (NOM)

Para a consolidação do liberalismo planetário, como triunfo, havia um plano de um governo mundial, uma nova ordem política, a chamada Nova Ordem Mundial (NOM) - que Georges Bush,pai, tanto adulou. O problema é que tal megalomania gerou massiva divida internacional, irresolúvel, que asfixiou contribuintes, famílias, empresas e nações. É o ponto onde estamos hoje: o liberalismo entrou em decadência. Perniciosamente, foi o bloqueio do próprio liberalismo que o expôs como embuste elitista.
Hoje, a solução passou a estar no poder local, nas nações, nas populações e não mais nas burocracias centrais, despesistas e avulsamente inúteis. Com o ressurgimento dos nacionalismos (principalmente o BREXIT da Inglaterra, Trump nos EUA, Salvini em Itália e Marine Le Pen em França mas também Austrália e India), a cavalgada do liberalismo parece estar terminada. Mas não perdeu o seu galope. A façanha continua a minar as sociedades ocidentais porque o seu sistema contabilístico não pode terminar de repente (por isso, Cristine La Garde, do FMI, está indiciada como a próxima presidente do Banco Central Europeu).

A Nova Ordem Mundial era um sistema, neo-liberal, que visava "instaurar uma paz duradoura no mundo", através de um governo mundial único. Uma espécie de utopia que iria realizar os "sonhos" da humanidade, mas eram apenas os sonhos da elite mundial, que para se auto-perpetuar, criou a solução do "governo mundial", ao mesmo tempo que criava os problemas mundiais: guerras, conflitos, corrupção; eram problemas criados pelos mercenários da elite, que iriam ser resolvidos pela auto-proclamada salvífica elite, na sua utopia.
Para alem de cómico, o grotesco plano era para ser levado a serio.

Este plano tinha - como tem ainda - o aval da internacional socialista e da grande maior parte da esquerda mundial; bem como organizações supranacionais como a UE, ONU, UNESCO, OMS, FMI, e organizações nacionais como a CIA, MI5, Europol, e empresas multinancionais, como a Amazon, Google, Facebook, Apple, etc., apadrinham um sistema económico, politico e até religioso, cada vez mais centralizado. Este sistema feudal só conheceu a sua fatal castracção com as vitórias do presidente Trump e do Brexit, ícones que geraram as vitórias anti-emigração na Australia e na India e, recentemente, com a viragem do Parlamento Europeu à direita. Tudo isto porque os eleitores, e parte suficiente da população ocidental, questionou a "utopia" da elite, disfarçada de cordeiro.

5. A ONU não é respeitável.

A ONU não é uma organização respeitável, senão no poster mediático da propaganda e reportagem por encomenda. Nem sequer é democrática. Herança da «Sociedade das Nações» que se pressupunha resolver os conflitos internacionais, a ONU acabou por ser infiltrada pelos magnatas influentes do império norte-americano da época, principalmente os Rockfeller. Hoje a ONU é carteira de burocratas tendenciais, que servem interesses politicos especiais como a globalização, o socialismo e a centralização – por isso, Guterres decora-a perfeitamente, como o desastre nacional que aspira a solução mundial.

A principal sustentação da ONU são os paises pobres, terceiro-mundo, onde a corrupção grassa como pó no ar. Aqui, os tiranos terceiro-mundistas vão socorrer-se das receitas da ONU para compensar intencional inércia, incompetência e corrupção local. Com isto, a ONU conseguiu lentamente um estatuto de solução nos paises onde nem é permitido lavar as mãos sem autorização. E neste cenário gerou o seu principal poster da propaganda: a ajuda centralizada.

6. A ONU tem um plano, para si.

O "governo mundial" tem sido dirigido pela ONU. Por isso a ONU tem estabelecido planos a que chama "agendas". No passado, havia a Agenda 21, que em nome da sustentabilidade e da "crise do clima" a humanidade seria, neste século, forçada a aceitar "reformas globais" à custa de impostos dos cidadãos. São agendas, planos, não votados pela população, mas apenas assinadas por representantes dos governos – quem, vulgarmente, apenas aspiram, como posterior recompensa, a uma carreira diplomática na burocracia globalista da ONU.

Hoje, a ONU serve apenas para que a elite financeira mundial cumpra o seu 'sonho' de unificação do planeta, destruindo as fronteiras soberanas e constituições (o preâmbulo da Constituição Portuguesa ameaça que Portugal "caminha para uma sociedade socialista") - essas fronteiras não são apenas físicas, são muito principalmente financeiras, mas tambem sociais e morais.

Nos últimos tempos temos assistido a essa vertigem do governo mundial, uma economia única e até religião única. A Amazon, Google, Facebook, com os seus biliões de utilizadores, demonstram esta tendência da centralização da economia, primeiro um punhado de gestores e mega-empresas super-influentes e depois, mais tarde, em apenas uma: a ambicionada "Enterprise".  E no Vaticano, o papa Francisco tem fomentado o 'dialogo' entre os católicos e o islão, não por razões espirituais, mas por razões políticas: a criação de uma religião universal única, um "único deus" (na sede da ONU, presume-se) que resolva todos os "conflitos entre religiões" - em 2014, pela primeira vez na história do cristianismo, Francisco autorizou orações e leituras do Corão no Vaticano. Também na Inglaterra e Suécia, as crianças estão a ser treinadas nas escolas para o ritual islâmico e as cruzes não existem mais nas escolas publicas.

Os media e a propaganda estão a treinar o publico, para serem "cidadãos globais", "cidadãos do mundo", tradução: escravos do governo mundial. É uma mundialização, que pretende acabar com a hegemonia da Europa e dos EUA, pela culpa racial e colonial, e construir novos polos mundiais (que os globalistas iriam controlar): a China e a India, precisamente onde os direitos humanos se esvaem à primeira brisa. O sinistro desta retórica do planeta 'unido' não se refere à união de diferenças, mas à gradual eliminação de diferenças: religião única, governo único, economia única; com um exército a defender a elite mundial e a atacar a resistência da população.

No futuro, cada crise, catástrofe (natural ou artificial),  vai ser usada para accionar a agenda da solução "humanitária" do governo mundial e sua solução centralizada, a ONU. Seremos lentamente doutrinados para que a solução dos problemas da humanidade só se conseguem pela criação de um governo não-eleito, traduzido em "paz", à custa da liberdade e dos recursos da população.

7. Os próximos 10 anos

A Agenda 2030, promulgada em Setembro de 2015, com a presença do papa, contem 17 objectivos específicos. O objectivo é realmente governar o planeta inteiro. Para alem da agenda dos impostos pela 'mudança climatérica', tem objectivos na economia, saúde, educação, energia, agricultura, igualdade de género. etc. Nada escapa. È difundida como catecismo, uma 'nova agenda universal' para a humanidade, onde a engenharia populacional e o controle das massas está implícito.

Toda a Agenda 2030 é uma retorica de boas intenções, como erradicar a pobreza, anular a fome, exclusividade (sic) de direitos para mulheres e raparigas. Mas o objectivo, para quem ler o documento, é, na sua aplicação, mais massiva regulamentação, legislação e ingerência nas soberanias. Em nome deste 'desenvolvimento sustentável", os globalistas pretendem micro-governar e vigiar as vidas de cada ser humano, homem, mulher ou criança, desde a sua nascença, todos os seus comportamentos, crenças, hábitos e costumes, em nome do 'catecismo', os media serão os seus principais instrumentos, pela desinformação. O objectivo futuro da agenda 2030 é apenas um: CONTROLE, à custa das liberdades civis e das fronteiras das soberanias.

8. A pilhagem vindoura

Quando o plano Global de emigração (PGE) foi divulgado, em Marrocos, pela ONU de Guterres, os media conseguiram que a noticia passasse despercebida para o cidadão comum. Mas não vai ficar aqui: a ONU pretende por este plano, o PGE, tornar a emigração um 'direito humano' e conceder um estatuto legal a 225 milhões de estrangeiros, agora considerados emigrantes - através de 23 "objectivos" e 137 "compromissos" para os paises signatários.
A maioria desses 225 milhões de emigrantes encaminham-se para a Europa, onde apenas a Croácia, Republica Checa, Bulgária, Hungria, Itália, Suiça não assinaram e só na Bélgica e Holanda houve difusão e amplo debate - tambem os EUA e Israel não assinaram o pacto. A ONU pretende que a população do planeta aceite a emigração como um "direito natural", quando é o resultado de políticas e engenharias económicas, até expansionistas, de paises e/ou organizações supranacionais. Esta filosofia mundialista e migracionista sugere, sem sustento, que a "emigração fez sempre parte da história humana", e que, segundo o PGE, seria um factor de "prosperidade, inovação e desenvolvimento". Não será na Europa, como vamos ver.

O sinistro PGE, que passou às ocultas do debate publico português, prevê  um "acompanhamento financeiro personalizado dos emigrantes", além de "facilitar o aconselhamento juridico personalizado, na medida dos paises de origem"; e "reorganizar o núcleo familiar; facilitar e regularizar o estatuto de emigrante". Mas vai mais longe: o PGE propõe que os emigrantes ROUBEM o pais de acolhimento ao "garantir a segurança social e benefícios sociais para os migrantes que ABANDONEM (!!) os paises de acolhimento"; além de "favorecer a transferência de dinheiro, massiva, para os paises de origem", sem controle das autoridades nacionais, e (prepare-se) sem indagar a sua origem, e para terminar em beleza: "autorizar a transferência de tecnologia adquirida nos paises de acolhimento para os paises de origem".

A pilhagem instituida não se detém. A ONU previu, (sabe-se lá como) que iria encontrar resistências; e na sua suma-sabedoria, prevê que as autoridades dos paises signatários possam não só perseguir os "oponentes ao plano de emigração" bem como, segundo o seu 'pacifico' catecismo,"organizar a repressão dos oponentes à emigração, particularmente durante campanhas eleitorais". O mesmo catecismo espera ainda "sensibilizar para os benefícios da emigração" educando os media para os "benefícios da emigração", além de intentar torcer o pepino ao pequenino, pela "reformatação da opinião nas escolas".

A comédia poderia ficar por aqui. O problema é que a ONU prevê com este PGE um compromisso eterno. E ao abrigo do direito internacional tem um efeito irreversível. Todos os parágrafos do Pacto começam pela chantageante expressão "Nós comprometemo-nos a..."; isto significa que se o Pacto foi assinado pelo governo actual, terá validade daqui a 10 ou mais anos, comprometendo não apenas as políticas soberanas futuras, mas formatando as gerações que ainda nem nasceram para o nomadismo mundial (Macron, foi acusado de traição à França num documento assinado por 12 generais do exercito francês).

9. As previsões para a Europa

Hoje nem os mais desleixados media conseguem esconder a intencional catástrofe da emigração-desintegração na Europa. Desde os constantes e diários ataques-ácido e à faca, em Inglaterra (um a cada 17 minutos, segundo uma rede de TV inglesa), passando pelas explosões semanais na Suécia e os ataques a esquadras da policia em França, os emigrantes não estão apenas desenraizados como vão, muito provavelmente, servir o lado negro quando a Europa entrar em colapso. Alem disso, 70% da população prisional europeia é composta por muçulmanos.

Numa publicação anual do Ministério da Defesa Britânico, o Global Strategic Trends (2018, disponivel na Internet), usado para identificar e definir políticas geo-estratégicas, é dito claramente que a Europa "sofrerá pressões" derivadas da emigração. E que esse fenómeno atingirá principalmente o sul da Europa a ficar economicamente separado do "Norte, mais rico no futuro". O mesmo documento, projecta, numa previsão para 2045, que a Europa tenderá a entrar em conflitos internos resultantes não apenas da emigração mas das desigualdades económicas entre os paises do norte e os do sul. O "terrorismo islâmico" será, segundo o Ministério da Defesa Britânico, a principal preocupação dos europeus até 2045.

10. Conclusão

São triliões e triliões, por dia, que os globalistas lucram em transacções financeiras. As elites querem criar consumidores, agentes económicos, que usem o seu sistema electrónico. A emigração serve esse negócio. Sem controle, a emigração do futuro, proposta por Guterres, prevê uma forte agitação generalizada ao quotidiano dos ocidentais. Mas mais importante, a ONU vai, com os seus programas, agitar mais os lucros da elite financeira: não só porque serão injectados centenas de milhões de actores no sistema financeiro electrónico (o dinheiro físico tende a desaparecer, como já acontece na Suécia), mas porque também os estados de acolhimento, assistencialistas, forçarão a despesa publica e a divida externa junto dos seus amigos bancos centrais.

A emigração de massas, não vê raças nem credo, é assim um subtil plano de escravatura para humanos, sob nome de humanitário. O estafado 'poster-vitima' da ONU esconde a escravatura a que milhões de estrangeiros emigrantes, muitos deles à força, serão submetidos a um ocidente impiedoso onde procurarão sobrevivência e compensações. E só o quotidiano de lento desespero os fará sentir lembrança do seu pais de origem e arrependimento pelas ilusões da emigração. Esse arrependimento já começou, para muitos emigrantes, na convulsa incerteza de Londres.
A ONU e os seus acólitos, não ficarão impunes, enquanto houver informação, democracia e eleições.
Tudo o que pretendem fechar.

deveza.ramos@gmail.com

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