OPINIÃO: Elogio dos populismos

Elogio dos populismos

Por,
Augusto Deveza Ramos
Sociólogo



"O povo está a revoltar-se na rua, têm archotes e forquilhas!" Alarma o rei assustado.
"Não se preocupe, meu rei", respondeu o conselheiro, " basta convencer o povo das forquilhas que o povo dos archotes lhes querem roubar as forquilhas"
 
in, cartoon 



Desde a eleição de Trump, em 2016, a media ganhou um estatuto fúnebre, ie, a media não consegue ser mais o quarto partido (dito poder) que até então encobria o elitismo. A media monolítica que conhecíamos, em que dezenas de canais alegados principais dizem basicamente a mesma coisa está numa viela sem saída. Sem o seu cariz comercial concerteza já teriam deixado de existir. Isso é tão verdade por exemplo para a CNN que não consegue ter nem 10% da audiência do Infowars de Alex Jones, uma emissão de 'one man show' baseada em 'realidades duras' a que os icebergs chamam 'teorias da conspiração'.

Formatos

A formatação mediática tal como conhecíamos com um politburo nos bastidores a seleccionar as noticias que garantam mais 6 meses de contrato a jornalistas pouco empenhados, acabou. Até a aliança tácita de editores que parecem ter o mesmo tamanho de ombros parece não estar a funcionar. A media espontânea, verdadeira, carismática, livre e até emocional é quem lidera as audiências. De Joe Rogan a Alex Jones, passando por Tucker Carlson, estes são os formatos que lideram por recordes as audiências mundiais. A entrevista de Musk a Trump obteve seguramente o recorde de audiências de todos os tempos. Num nível mais modesto, Alex Jones consegue captar milhões de interessados com noticias sobre a elites e pedofilia, mortalidade pela vacinação, conspirações do governo, uso da meteorologia como arma militar. Jones antecipou o 11 de Setembro com dois meses de antecedência e a guerra na Ucrânia. Sem cair no grotesco Alex Jones provou que as teorias da conspiração se "não sendo certas indicam a verdade". O publico mesmo o céptico, prefere sinceramente saber o que nunca lhe ocorreu nas suas quotidianas viagens na rotina da sobrevivência, que a igreja catolica trafica crianças de emigrantes, que Clinton vendeu urânio à Russia, que Biden forneceu segredos militares á China, que as elites da UE não tem filhos, que juízes abandonaram as suas carreiras por stress traumático depois de confrontados com provas de trafego, abuso e mutilação de crianças. O programa de Alex Jones não é para 'normies' com síndrome de suavização, é para que se perceba, como diz Jones, que "o diabo existe" e não deixa rasto.

Media e elites

O velho formato mediático mantinha o 'stablishment' no poder, fosse de direita fosse de esquerda, sem a agitação suficiente. Quando a esquerda chega ao poder, mesmo sem qualquer ideia que a ampare, preferiu manter a media adestrada nas suas cercas, com isso governar impunemente, isso sem lhe faltar um episódiozinho artificial aqui e acolá para não dar bandeira. Falhou. Porque a media não representa mais a população. A media é o instrumento que as elites têm de controlar narrativas e populações sem sairem do escuro. E quem são essas elites? Basicamente, primeiro grupos empresariais internacionais infiltrados em tudo e mais alguma coisa, como as empresas Black Rock e Vangurad que gerem triliões em activos e são, por exemplo, mais ricos que o PIB de Portugal em centenas de vezes, empresas que gerem empresas estratégicas já de si nacionalmente influentes, com tentáculos nos meandros políticos, governamentais e parlamentares em todos os paises do ocidente. Estas elites empresariais não tem necessariamente de se reunir num hotel da Islândia para avaliar estratégias e conspirar contra governos, como fazem os Bilderbergers ou o Clube de Roma, basta ter uma participação financeira em empresas estratégicas de cada pais para decidirem a prazo não apenas o futuro dos governos como dos media. São, em segundo, organizações supranacionais, não-eleitas, como a ONU, BCE, UE, FMI, Banco Mundial que em nome da 'harmonia política' e 'pacificação' decidem o futuro de biliões ultrapassando e influenciando governos com panfletos, reformas, previlegios e quezílias. São estas ultimas, em aliança com os primeiros, quem organizam movimentos de massa como a emigração ou a moeda digital. E para a operação contam com o braço da media a quem financiam sem pudor.

"Esperança é a porta que abre"

Quando a população deixa de ser ver representada nas noticias dos jornais e nos telejornais, as audiências caem. Mesmo com mais um sacrifício no altar mediático, quer seja Trump ou Ricardo Salgado, os sacerdotes mediáticos não conseguem vender mais o teatro do ódio. Teve a sua piada, angariaram umas publicidades e mantiveram 'shares', atitude mercenária bem espelhada por um editor da CNN que confessou "enquanto a narrativa anti-Trump vender publicidade nós vamos dizer mal dele".
Entretanto tudo mudou. Se a media está contra Trump, Trump ganha, se  contra Le Pen esta sobe nas eleições, se contra Ventura este chega a terceiro partido, se contra Musk este fica mais popular. E o inverso, se suaviza a UE a abstenção dispara, se elogia a ONU foi a ultima vez, se mentem estão a dizer a verdade. A media tornou-se numa 'spin-machine', uma maquina de reversão de narrativas em quem mais ninguém confia senão por distracção ou espera de ser atendido na consulta do dentista. A opinião publica está tanto contra a media que percebeu perfeitamente que esta é um outlet das elites e de programas de governo. O caso da emigração é paradigmático: qualquer cidadão inglês, mesmo um emigrante português em Inglaterra (como me confessaram pessoalmente) é acérrimo contra o excesso de muçulmanos e emigrantes em Londres, mas a media mantém a ilusão e normaliza uma guerra civil tectónica com "sunday papers" a semana inteira. Em Portugal o mesmo, por mais que respeitemos o sorriso do nosso súbito paquistanês que entrega pizzas aos vizinhos, há um sentimento fúnebre no cruzar de olhos com o inesperado amigo na scooter da Pizza Hut, "isto não devia estar aqui" ou "algo está a andar demasiado rápido", surge ao mais pacato português. É esta súbita rapidez que está a retirar poder aos portugueses e europeus. A ONU, FMI e Banco Mundial e seus infiltrados nas soberanias, conseguiram destruir paises do dito terceiro mundo e gerar uma nova e eterna sub-classe, os emigrantes, que servirão para encher paises com problemas que a ONU, FMI e Banco Mundial se permitem resolver. É a velha estrategia totalitária do problema-reacção - solução, formula mencionada por Hegel em que o tirano para sobreviver deve criar o problema, esperar pela reacção e surgir como a solução. Esta formula que engordou governos de todo o ocidente e enriqueceu bancos com a necessidade de endividamento de políticos tão competentes como o gelado, nunca teria sido possível sem a ampara mercenária da maioria dos media (porque nem todos serão maus).

Grotesca segurança

A media não ficou mais humilde mesmo com as lições de populismo, nacionalismo, democracia, ascenção da direita em todo a Europa. A media mantém a ilusão e o espetáculo das contradições, porque esta media é em si própria uma operação contra as nações, populações e o poder local. Quem são? Comentadores e críticos chama-lhes a esquerda. Serão eleitores de esquerda, do centralismo socialista e comunista que querem manter uma capital distante da população onde tudo é controlado impopularmente por decreto. Par mim são a ignorância, a ilusão da separação. Convivendo com alguma dessa "esquerda", são avulsamente deceptivos e sinuosos cujo único objectivo é minar o tecido social, local e se possível, nacional, por uma ideologia e soluções centrais e totalitárias a que chamam estado que os inculcou pela educação publica e desde a pré-primária.. As suas soluções, romantizadas e panfletárias, passam sempre pela execução de terceiros, nunca eles próprios. Raras vezes têm poder económico ou soluções locais e dependem das suas aspirações numa posição burocrática e "segura" no serviço publico, em suma, nunca sabem nem quem são seus donos nem quem inventou as ideias de cabaz que disseminam como se fossem farol na escuridão.
Esta "esquerda" usa os media como ampara das suas narrativas e até aspirações económicas. São avulsos funcionários treinados precocemente para a "segurança" do emprego no sector publico independentemente do prejuzo, despesa publica ou carga fiscal que possa causar aos contribuintes. Os media reproduzem-lhes esta "segurança", ocultando-lhes por exemplo a massiva divida publica dos governos de esquerda, os enormes impostos, a enorme despesa publica que causa inflacção, problemas insoluveis para quem apenas cultiva o ego.  Aparato de mentiras ao nível do grotesco, sem inovação, investigação ou talento, a media contemporânea não se peja de passar narrativas de injustiça e desigualdade como a do canal ABC no debate Trump-Harris, quando Trump era sujeito a fakt chekers e Harris não - sem mencionar que estes fakt chekers são tão arbitrários como ignóbil inteligência artificial. O carrossel do grotesco não serve mais a opinião publica, apenas pretende manter o seu nicho de mercado a quem chamam a esquerda "inteligente", ie, os que servem as elites sem fazer perguntas.

Infiltração

A trajectória de polarização das sociedades ocidentais não conduz a nenhum bem. Grupos contra grupos, religiões contra religiões partidos contra partidos, media colada ao governo, vice-versa, governos colados a empresas, vice-versa, está a conduzir a uma subrepticia desvalorização das sociedades e suas constituições, não apenas pelo cidadão comum como pelos altos cargos políticos incluindo responsáveis por decisões imediatas.
As constituições, a mais franca protecção dos cidadãos esta a ser secundarizada pela estrategia do medo (perder emprego, status, relações) para que grupos económicos irrecusavelmente de elite, se imponham sem visível resistência no seio das soberanias e respectivas populações, exemplo disso são as operações de emigração ou a vacinação sem rastreio. Funcionários públicos,  mais mercenários que servis aos cidadãos, fazem parte desta horda a que chama 'esquerda' em ódio aos paises e seus habitantes. Ódio literal, mesmo que teatral é programático para a polarização que conduz ao genocídio do ocidente. É um ódio de chantagem emocional, uma notória falta de poder por quem o pratica, cujo o único objectivo por quem o programa é manter as populações débeis para que o centralismo, digamos da União Europeia, possa cometer legislação polémica por exemplo acerca da emigração.
Estas calçadeiras ideológicas são os verdadeiros traidores à pátria e à população que a media elitista protege e, em essência, quem mantém alimentada com narrativas de reversão: à demagogia chamam hoje "populismo" (cujo significado lato é 'galvanização da população' ou 'democracia em acção'), demonizam as soberanias demonizando-as como 'nacionalistas', como se houvesse nisso algo de errado e que, historicamente, tanto podem ser de esquerda (Trotsky, Estaline, Tito) ou direita (Mussolini, Salazar). Esta reversão de sentidos tem um propósito: minar a consistência semântica na opinião publica, gerar confusão para subverter a eventual resistência popular e nacional, isso para que bancos, lobies e organizações liberais internacionais (que financiam os media), possam operar nas soberanias sem a resistência 'populista' ou 'nacionalista', isto é, possam agir impunemente à escusa da opinião publica. Na verdade estes são os únicos movimentos que as elites internacionais autocráticas realmente receiam, por isso compram e financiam os media para reproduzirem sem dó nem fim estas narrativas "medonhas" e quem as contrarie pratica "desinformação", nada que Orwell e o seu 'Ministério da Verdade' não tenha previsto.
Nos EUA tem emergido um movimento de esquerda relativamente interessante que corta com o obtuso marxismo e se concentra mais em combater as fragilidades do liberalismo financeiro, que gera desigualdade de oportunidades, corta ainda com o sindicalismo politico e concentra-se no sindicalismo profissional é até simpatizante de Trump nas sua políticas anti-estadão e prefere o nacionalismo e os movimentos populares, ou populismo, combate ainda fortemente a maternal media que demoniza qualquer inovação na esquerda.

Conclusão

Estamos no período de apocalipse da profecia de João, dos sete selos e os quatro cavalos do apocalipse, todos eles têm uma simbologia, significado e aplicação pratica, todos eles se referem a uma calamidade: epidemia, guerra, fome e pragas. Nada disto é por acaso. Se as elites conhecem estas profecias e as agilizam é algo que devemos investigar na sua operacionalidade, é algo que não devemos desprezar, acredite-se ou não, é um facto que estas profecias estão a acontecer. Tal como está a acontecer a profecia do anti-cristo onde se refere que 'satanás' reinará através da decepção e do medo. E onde vimos esse reino senão na media vigente, amparada pela "inteligência" artificial, pelas historicamente inéditas empresas mundiais monopolistas (como a Black Rock, repare-se na dureza do nome) e instituições não-eleitas que teimam comandar o destino das populações, ONU, FMI, UE, Banco Mundial.
Os media nada disto nos ensinam, senão sectarização, polarização, guerras, separação, conflito, desvalorização das famílias, substituição de Deus, esquecimento da pátria. Quando alguém fala de soluções, paz ou prosperidade é demonizado pelo tribunal anti-cristo, os media, que os condena de 'populistas' ou 'nacionalistas' (como se houvesse nisso algo de errado) e são multados com censura à liberdade de expressão, isto é, a perder direitos constitucionais. Essa é a operação subjacente da media mercenária, uma guerra aos direitos constitucionais.

deveza.ramos@gmail.com

---------------------------------

Obrigado pela visita.

Mais artigos?
Use este link 

http://ramosblogue.blogspot.com/2024/10/todos-os-artigos-de-augusto-deveza.html



...............................................
ADR
2024
Pt
   

Comentários