OPINIÃO: Em defesa das armas

Por,
Augusto Deveza Ramos
Sociólogo


A agenda do desarmamento é uma subtil armadilha. Organizações supranacionais, não-eleitas, (ONU, UE) concorrem para desarmar os cidadãos e deixá-los indefesos de criminosos e governos medonhos. Está em acção uma sinistra agenda política, que usa a emoção. A história: lembra que todos os regimes tiranos e ditadores, desarmaram o povo antes de chegarem no poder.

1. Hitler (Alemanha)

Em 1931, a Republica de Weimar obrigou todos os alemães a registarem as suas armas, seria, justificava, para impedir que grupos "extremistas" tivessem arsenais de armas. Quando Hitler ascende oficialmente ao poder, em 1933, usou estes registos para começar a perseguir judeus, grupos minoritários e opositores políticos. Em 1938 foi accionada a 'Reichskristallnacht' (A Noite dos Cristais) quando a perseguição racial se torna oficial: os nazis atacavam judeus à procura de armas, destruíam-lhes lojas e casas, sob justificação que os judeus eram perigosos e tinham de ser desarmados.
Nesse mesmo 1938, Hitler publica uma lei que liberaliza o uso de armas aos alemães, principalmente aos membros do partido nazi, agora isentos de licença. Mas essa lei restringia fortemente as armas a minorias: judeus, ciganos, comunistas, e outros grupos. Hitler armava os seus apoiantes e desarmava as suas futuras vitimas: judeus e minorias.
A tática do desarmamento continuou com a expansão nazi: quando os nazis ocuparam a França (ou outros países), procuravam imediatamente as listas da policia onde estavam registadas as pessoas que tinham armas de fogo. A história conta-nos tragicamente o resto: 6 milhões de judeus mortos, 500.000 ciganos e outras minorias.

2. Estaline (comunismo soviético)

Depois da revolução de 1917, quando os minoritários bolcheviques de Lenine começaram a ser vitoriosos, depararam-se com facções 'revolucionarias' desalinhadas com Lenine, rivais e hostis. Além disso, a resistência à 'revolução' era muito forte nas áreas rurais. Por isso, só havia uma maneira de os neutralizar: retirar-lhes as armas. Em 1918, o governo bolchevique encenou um falso ataque a Lenine, e o Conselho Popular do Comissariado (órgão legislativo do regime), ordenou que todas as armas (pistolas, espingardas e espadas) fossem entregues ao governo, mas a lei não se aplicava aos membros do partido. Mas é em 1934, sob a desculpa do assassinato do Sergei Kirov (encenado pela NKVD, pré-KGB), líder do Partido Comunista de Leningrado  (São Petersburgo),  que a perseguição foi ao limite de criminalizar até a posse de facas; as penas iam até à pena de morte, por mera posse de arma.. Foi quando começou a 'purga': perseguiram-se classes e grupos étnicos, desarmados e enviados para campos de concentração onde morreriam à fome. Mas principalmente começava o extermínio de toda a dissidência, inclusive dentro do Partido Comunista. Entre 1922 e 1939, morreram mais de 20 milhões de pessoas, desarmadas e indefesas, às mãos do 'partido',  por fome, tortura, trabalhos forçados e assassinatos. Muitos mais morreriam depois da II Guerra Mundial, quando a Alemanha Oriental, Polónia, Estónia, Letónia, Lituânia, Checoslováquia, Roménia, Bulgária, Jugoslávia e Albânia, caíram nas mãos dos soviéticos, quando os comunistas usaram a mesma tática: perseguir e desarmar os cidadãos locais denunciados pelas listas de registos das respectivas policias.

3. Mao Tse-tung, China

Os comunistas ganharam a guerra civil chinesa aos nacionalistas e Mao Tse-tung chega ao poder em 1949. Nos anos seguintes reforça o controle de armas para, em 1958, accionar o "Grande Salto para Frente", um projeto de confiscação total das propriedades dos camponeses (agora desarmados) e da produção rural; o objectivo era criar uma rápida e forçada industrialização do país. O projecto foi um desastre e caos total, que gerou mais de 45 milhões de mortes pela fome, assassínio e desgaste em trabalhos forçados. Perante este desastre e crise, Mao Tse-tung não tolerava objecções e perseguia com tortura, humilhação e morte, qualquer dissidente, camarada ou inimigo que o criticasse pelo caos que então se vivia. A própria esposa de Mao foi presa por traição, e proeminentes lideres do 'partido', como o pai de Xi-Djiping, actual presidente da China, foi torturado pessoalmente por Mao (o presidente Xi, representa na actual hierarquia chinesa um certo 'pedigree' por esse facto). A "Revolução Cultural" causou 70 milhões de mortos chineses e hoje, na China, a posse de armas é ainda fortemente controlada.

4. Fidel Castro e Che (Cuba)

Quando Fidel Castro derruba o regime de Fulgencio Baptista, em 1959, começa a operação de desarmamento dos cubanos. Como é tradição das tiranias, primeiro consultam-se os registos de policia e depois apreendem-se as armas registadas. Logo a seguir, restringe-se o porte e detenção de arma. Fidel Castro justificava que o fazia para prevenir a infiltração de grupos 'contra-revolucionários'. As armas não são necessárias, dizia Fidel, o governo garante a liberdade: "Quando todos os direitos dos cidadãos forem restaurados, e tivermos eleições, para que precisaremos de armas? Vamos ter gangsters?", sugeria Fidel Castro numa das suas inflamadas aparições de rum: "As armas pertencem aos quartéis e arsenais, ninguém tem o direito de andar armado aqui, nós cuidaremos da vossa segurança." Assim que o povo se hipnotizou e se rendeu, começaram as perseguições e os múltiplos fuzilamentos; Fidel instituiu a censura e acabaram as eleições. Resultado: a revolução e o desarmamento em Cuba causou a morte a 140 mil cubanos, a grande maioria desesperados que tentavam fugir para a Florida, EUA (os que conseguiram, fazem parte de bem sucedida comunidades de imigrantes nos EUA, onde podem ter armas).

5. Chavez e Maduro (Venezuela)

Perante a actual catástrofe na Venezuela os media insistem em não denunciar o desarmamento e indefesa a que os Venezuelanos estão sujeitos. No pais em que se assaltam jardins zoológicos para obter carne para alimentação, os venezuelanos estão indefesos perante a decadência do regime socialista de Maduro. O desarmamento na Venezuela tem uma tradição longa, mas foi fortalecido quando em 1999 Hugo Chavez chega a presidente, três anos depois, em 2012, o Congresso venezuelano aprovou a "Lei do Controle de Armas, Munições e Desarmamento", cujo objectivo, explícito, era "desarmar todos os cidadãos". Quando a lei entrou em vigor em 2013, a posse e venda de armas ficou totalmente proibida — excepto para o governo. Chavez, demagogo, estimulava os venezuelanos a trocarem as suas armas por eletrodomésticos, mas a massiva maioria das armas foi confiscada pela força. Actualmente, com Nicolas Maduro, a política de desarmamento continua: Maduro organiza festivais e promove a 'destruição de armas em publico'; ao todo gastou 47 milhões de dólares só para desarmar os seus conterrâneos esfomeados, desesperados e em pré-apocalipse.

6. Suíça.

A tradição da Suíça não é o chocolate nem os bancos, mas a população armada. Desde a criação da  Confederação Suíça em 1291, Sec. XIII, a população esteve sempre armada para resistir à invasão de grandes exércitos europeus. Os camponeses e toda a população tinham a obrigação de terem a sua própria arma e estarem preparados para qualquer invasão. Nos séculos XIX e XX, época das maiores revoluções modernas na Europa, a Suíça manteve a soberania e a sua principal tradição: o armamento da população. Foi essa atitude que impediu Hitler de invadir este pequeno país europeu. Hitler odiava a Suíça por serem "demasiado soberanos". Mas temia-os. Nenhum general alemão se atreveu a enfrentar uma população de 850.000 homens fortemente armados, bem treinados e organizados em milícias e artilharia nas montanhas. Os alemães calcularam varias vezes invadir a Suíça, mas as baixas seriam terríveis para o exercito alemão.

Actualmente a Suíça pratica um exercício militar, anual, que mobiliza toda a população. Todos os homens suíços com 20 anos são obrigados a cumprir treino militar e, na sua conclusão, cada um dos soldados recebe uma arma («Fuzil de Assalto 90») que deverá manter em casa. O «tiro ao alvo», é o desporto nacional helvético, onde participam mulheres, adolescentes e idosos em concursos regionais e nacionais, todo o ano. Na Suíça, há apenas esta lei de controle de armas: "saber disparar perfeitamente a 300 metros", por isso, os actos de terrorismo são impensáveis - o ultimo tiroteio aconteceu em 2001.  Este é o segredo da neutralidade e liberdade suíça: um exército miliciano permanente, feito para defender o pais não para invadir nenhum país. "Armatissimi e liberissimi", apelidava Maquiavel os helvéticos.

7. Em defesa das armas

Um estudo publicado em 2016, pelos investigadores em criminologia, Don Kates e Gary Mauser, Universidade de Harvard, EUA, afirma que quanto mais armas há entre os habitantes de um país, menores são os índices de criminalidade. Ou seja, eliminar as armas de fogo não reduz a criminalidade: "nações com leis anti-armas têm taxas de homicídio substancialmente mais altas do que as que não têm", diz a investigação publicada no Volume 30, Número 2, do Harvard Journal of Law & Public Policy. E adianta: as nove nações europeias mais desarmadas têm uma taxa de homicídios três vezes maior do que a as nove nações com mais armas. Por exemplo, a Noruega tem a maior taxa de posse de armas na Europa e é o país que tem a menor taxa de homicídios. Em contraste, a taxa de homicídios da Holanda é das mais altas e é o país mais desarmado da Europa.

A posse de arma tem efeitos dissuasores: segundo estes autores, o aumento de venda de armas nos EUA baixou os homicídios em 40%. Na cidade de Chicago, uma das cidades onde a armas são proibidas é onde se regista maior índice de criminalidade. E sendo os EUA o pais com a mais alta taxa de armas do mundo (120,5 %) estão apenas na 28ª posição no ranking mundial da criminalidade. Por comparação, na Inglaterra desarmada, há 4 vezes mais crimes violentos do que nos EUA; as violações em Inglaterra são mais do dobro, arrobamentos e assaltos são 4 vezes mais. Segundo estes criminologistas, a posse de armas tem salvo 200 mil mulheres americanas, por ano, de violações. O estudo mostra ainda que as armas nos EUA são usadas 80 vezes mais como defesa pessoal do que como ofensa.

8. EUA e as armas.

Os constantes tiroteios que ocorrem nos EUA, têm sido mistificados e pouco dissecados: a maioria desses tiroteios dão-se, na sua maioria, em "zonas livres de armas" ("gun free zone"), como jardins, centros comerciais, onde as armas são proibidas, ou em cidades de forte restrição ao armamento, a cujos cidadãos não é permitida a defesa por posse de arma e criminosos aproveitam. Além disso, os frequentes ataques e tiroteios propagados nos media têm sido, provadamente, executados por indivíduos sob tóxicos psiquiátricos. Muitos desses tiroteios foram (e serão) programas governamentais encenados, precisamente para desmoralizarem os americanos, por campanha nos media, para o uso de armas e se prevenirem da eventualidade de um governo tirano nos EUA. Trump tem enfrentado a ONU e defendido a Segunda Emenda à Constituição dos Estados Unidos, que é o direito da população de manter e usar armas - uma lei, de 1791, que garante a qualquer pessoa, independentemente da cor, raça ou credo, poder pedir e obter licença para posse e porte de armas, para defesa pessoal e da eventualidade de um governo tirano.  As armas, nos EUA, são vistas como aliados do povo que os tiranos estrangeiros e domésticos sempre tentaram controlar e mistificar.

9. UE com pressa

Depois dos ataques terroristas em França (encenados para gerar a actual agenda de vigilância e desarmamento dos europeus), que fizeram 130 mortos, a União Europeia (UE) decidiu adoptar legislação para controle de armas em todos os estados membros. Em 2017, a UE criou uma directiva de forte restrição ao armamento e defesa dos cidadãos para, tal como na Republica de Weimar, China, Cuba e Venezuela, "combater e neutralizar grupos extremistas e terroristas". A legislação da UE obriga a registar armas de fogo, para se poder "identificar e rastrear todas as armas em solo europeu", incluindo a sua movimentação. Os seus titulares ficam registados numa base de dados por 30 fatais anos e vai ser criado um "cartão europeu de armas de fogo".
Alem disso, a UE está a ampliar a permissão de uso de arma a orgãos de governo, como as policias municipais. Entre outros groguejos, a legislação da UE, pretende ainda limitar o número de armas de fogo a cada cidadão titular, e livre acesso para fiscalização das autoridades. Tudo isto até Março de 2020. Em Portugal os mais entusiastas desta legislação vinda da não-eleita Comissão Europeia foram, sem desmazelo, o BE, PCP e PEV, que promovem o "desarmamento da sociedade" – apenas coerentes com a sua tradição ideológica de genocídio.
Vamos ser sérios: algum grupo extremista, terrorista, vai registar as suas armas? Os mercenários usam sempre o mercado negro, ilegal; nenhum terrorista vai usar uma caçadeira. Quem quer a UE controlar? A resistência dos cidadãos, obviamente.  A actual pilhagem de soberania pela UE, o impingido exército europeu, vigilância centralizada, controle centralizado dos titulares de armas (militares incluídos) pelas policias, tem apenas um objectivo: eliminar antecipadamente a resistência popular e militar, diante da anunciada guerra civil europeia.

10.. Conclusão: O colapso futuro

A ONU e UE, organizações não-eleitas, estão a forçar a agenda do desarmamento, trata-se de planear a obediência futura. Analistas falam cada vez mais de um colapso global: o FMI revela a economia mundial em queda; a UE, falida e incompetente, sabe que está para ser fragmentada, e todas as potenciais mundiais estão a armazenar ouro. Países como a Nova Zelândia e Austrália estão a fomentar o desarmamento popular, cegando e abandonando o povo. Mas ao invés do politicamente correcto, Trump, Putin e Bolsonaro estão a fomentar o armamento das populações respectivas, EUA, Rússia e Brasil, precisamente porque sabem que são os diques da soberania que funcionam diante das crises e colapsos económicos.

A UE quer todos os paises alinhados no controle de armas até Março de 2020. E porquê 2020? É a data de inicio do colapso planeado ao ocidente. Ao contrario da sóbria Suíça, os europeus estão a serem incitados a serem pategos desarmados, sem resistência à eventualidade de um governo doméstico ou estrangeiro, tirano; ficarem indefesos no caos social do previsível colapso económico.
O estado, organizações não-eleitas (UE, ONU, FMI) e governos socialistas, propagandeiam que o controle de armas é para a "segurança dos cidadãos", combate ao terrorismo e crime, mas presumindo povo ignaro, não nos revelam que no Sec. XX, morreram quatro vezes mais pessoas às mãos do estado e governos (democídio) do que por qualquer outra causa: mais de 120 milhões de mortes de pessoas desarmadas, sem direito a resistência.
Portugal e a Europa estão a entrar, gentilmente, numa noite escura.

deveza.ramos@gmail.com


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