OPINIÃO: A Europa submersa


Por,
Augusto Deveza Ramos
Sociólogo



A crise gémea do Corona e invasão turca de migrantes à Grécia, faz parte do plano de implosão da Europa, a União Europeia (UE) usa agora o seu 'soft-power' para tentar controlar a inevitável ascenção dos seus opositores: os populistas e nacionalistas. Isto porque a UE acabou.


1. A invasão

No final do passado mês de Fevereiro, o presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, abriu os portões da fronteira turca permitindo a invasão de milhares migrantes para Europa através da Grécia. Ao todo, são 3,6 milhões de migrantes estacionados na Turquia, prontos para intoxicar a Europa. Não foi um episódio espontâneo: Viktor Orban, o primeiro ministro da Hungria, avisou semanas antes que as ONG's (Organizações Não-Governamentais, que 'ajudam' migrantes e são pagos pela UE) estavam a preparar a 2ª invasão à Europa.
Estes emigrantes invasores não são refugiados da guerra civil na Síria, entretanto terminada (há apenas alguns grupos de terroristas que a Síria e a Turquia combatem), a grande maioria destes emigrantes são afegãos ou paquistaneses, doutrinados pelos seus próprios governos para a generosidade da segurança social europeia amparada pelas 'maravilhas' do plano da migração da ONU. Segundo testemunhos de gregos, a grande maioria destes invasores são homens, em idade militar, poucas mulheres e poucas crianças, poucas famílias e nenhuns idosos, uma composição letal, semelhante à da invasão de 2015.


2. O banho turco

Durante anos, a Turquia acolheu milhões de emigrantes vindos da guerra civil da vizinha Síria, e muitos mais provenientes de África e do Médio Oriente, seres humanos que são incitados pelos seus próprios governos a emigrarem. A Turquia acolheu esses emigrantes convertendo-os em eleitores que (tal como no caso da migração mexicana para os EUA) votariam a favor dos seus benfeitores, Mas tal nunca aconteceu e os emigrantes passaram a ser desprezados pelo governo turco. Com essa colecção de emigrantes, o regime turco construiu então uma arma demográfica para ameaçar a União Europeia (UE) e recolher benefícios, tal como acelerar o processo de integração da Turquia na UE, recolher avultados subsídios da Europa para controlar a ameaça migratória, entre outras benesses, a favor dos interesses geo-estratégicos turcos. Erdogan tem vindo a usar esta arma demográfica como ameaça letal, pronta a ameaçar o conforto europeu: "a guerra não se faz mais com armas, mas com emigração" dizia a sabedoria de Khadaffi que Erdogan aplica.

Em Outubro de 2019, a Turquia ameaçou libertar estes emigrantes para a Europa se a UE criticasse a invasão da Turquia à Síria.  E semanas antes da recente abertura dos portões turcos, Reicyp Erdogan tinha chantageado a NATO com a libertação destes milhões de migrantes para solo europeu, se não obtivesse ajuda militar na Síria: não lhe foi dado crédito. Erdogan usou então como justificação desta draconiana decisão, um ataque sírio a forças militares turcas em Idlib, (norte da Síria), onde terão morrido 33 militares turcos – a Síria terá atacado tropas turcas como sendo terroristas porque a Turquia não avisou que ia estar no terreno.
Ankara não vai recuar na sua decisão, noticiou a Reuters.


3. Reacções

Esta invasão alertou imediatamente as autoridades de Atenas que colocou 40 navios de guerra a patrulhar as suas fronteiras, isto sob forte pressão da população grega. Também a Bulgária e a Hungria reforçaram militarmente as suas fronteiras. E a presidente da União Europeia (UE), Ursula Von Leyen, visitou a Grécia, onde reconheceu que "a Grécia está a enfrentar serias dificuldades para conter a situação", referiu Leyen à imprensa. Para isso a UE propôs-se a ajudar a Grécia em 700 milhões de euros para segurar as suas fronteiras. Afinal, uma 2ªa vaga de migração não é apenas o fim da Europa, é tambem o fim da UE: "esta fronteira não é apenas grega, é tambem uma fronteira europeia e eu coloco-me hoje aqui como europeia ao vosso lado" disse Von Leyen num inesperado e liberto tom 'xenófobo'. Alem disso, a agência europeia Frontex, vocacionada para a protecção das fronteiras europeias vai disponibilizar navios, helicópteros e homens na fronteira grega - o que vai legitimar ainda mais, aos olhos da opinião publica, a 'pertinência' do emergente exercito europeu.

Na Hungria, o intrépido Viktor Orban, que ousou anteriormente reverter as políticas de migração da nomenklatura da UE, decidiu enfrentar esta ameaça de emigrantes vindos do sul. Orban afirmou que "a emigração é um desafio histórico na Hungria" e revelou que a sua estratégia para travar a invasão da emigração é reforçar a fronteira da Hungria. Afirmou ainda que "estamos a esperar outra onda de emigração e ataques massivos na fronteira húngara, que deve ser protegida", disse o primeiro ministro húngaro que se prepara para usar as fronteiras, não apenas para conter a invasão, como a rastrear viajantes provindos de Itália, onde possam ter comungado com o Corona.
Além da Hungria, tambem a Bulgária, Polónia, Republica Checa e Eslováquia reforçaram as suas fronteiras e comprometeram-se em ajudar a Grécia a controlar a invasão.


4. Grécia em guerra

Semanas antes deste 'banho turco', a Grécia vivia convulsões sociais semelhantes. A população grega estava em guerra, literal, com os emigrantes que acolhera desde 2015. Isto, principalmente nas ilhas de Lesbos, Chios e Samos, onde está estacionada a maior parte desta população nómada. Na ilha de Chios, 2.000 emigrantes invadiram um hotel onde estava aquartelada a policia grega e feriram vários elementos policiais. E na Ilha de Lesbos, centenas de migrantes atiraram pedras à policia que respondeu com gás lacrimogéneo e balas de borracha, segundo a AFP, os combates duraram o dia inteiro na cidade de Mantamados.
A 'guerra' terá começado porque o governo de Mitsotakis deslocou homens, equipamento e maquinas para a ilhas de Lesbos e Chio para se reconstruirem as miseráveis instalações onde permanecem os emigrantes. Isto causou revolta e indignação na comunidade alojada e consequentes ataques à policia e população grega.

Por causa da invasão de Fevereiro, a costa grega é hoje patrulhada por milícias de civis gregos, voluntários, alguns ex-militares que percorrem a costa, por vezes de tractor, em turnos organizados pela policia. Mas a situação interna é de conflito: os emigrantes vandalizam igrejas ortodoxas e edifícios públicos, atacam as populações e a policia, muitos deles usam tácticas de guerrilha militares – não é por acaso que esta população emigrantes é composta, na sua maioria, por homens em idade militar.

A situação é densa: o governo conservador de Mitsotakis tem encontrado uma tripla oposição na sua política de controle dos emigrantes na Grécia: a dos próprios emigrantes descontentes; a da oposição política  que tem denunciado as ilhas de Chios e Lesbos, onde se encontra a maioria destes emigrantes, como 'prisões de acolhimento'; e a das populações, que não querem estes migrantes hostis, nem nas suas localidades nem na Grécia.


5. O contexto

Sejamos sinceros: os globalistas criaram uma guerra civil na Síria para gerarem uma crise de refugiados, que sabiam ia atingir a Europa (Clinton, Bush e Obama geraram essa intenção no Medio Oriente). Aconteceu em 2015 com a primeira invasão. Poucos anos depois, a ONU promete ilusões a países do terceiro mundo que um dia "a emigração será um direito", inscrito no Plano Global das Migrações, PGM (que Portugal assinou às escuras dos seus cidadãos). Governos de paises pobres como a Somália ou a Nigéria incitam os seus habitantes a emigrarem, até onde puderem. Muitos desses iludidos estacionam-se em Marrocos ou na Turquia, à espera de uma oportunidade para assaltar a segurança social europeia. Nada disto é espontâneo, estes movimentos são organizados e estimulados por organizações, como a ONU, que inspiram estes governos.
Isto criou um caldeirão de ilusões a seres humanos escravos dessas doutrinas globalistas. E essas ilusões estão ás portas da Europa.

Até há pouco, chamar a isto uma "invasão" poderia significar uma convocatória para tribunal. Hoje é a própria Von Leyen que o diz e até se reconhece xenófoba dizendo-se "europeia" e preocupada com uma invasão de emigrantes vindos da Turquia. O que mudou no discurso da militante da marxista Leyen? Nada. Apenas está preocupada em controlar os efeitos eleitorais desta invasão que vão gerar certamente mais populismo e nacionalismo e responsabilizar a UE.
A UE e os seus media de estimação, não se mostram preocupados com o grave problema demográfico europeu, e a agenda de reposição da população branca europeia pela emigrante; nunca nos falaram da guerra civil na Suécia, das altas taxas de violação perpetradas por emigrantes na Suécia e na França, nem dos casos diários de ataques à faca em Londres. Muito menos se fala da composição dos estabelecimentos prisionais europeus, muitos deles preenchidos por maioria de muçulmanos; não se fala nas redes de tráfego de adolescentes e crianças organizadas por emigrantes islâmicos. Condena-se a direita, o populismo e o nacionalismo mas são estes quem têm protegido a população, oficial e civilmente, difundindo a verdade por toda a Europa e iluminando a opinião publica, atravessando as borras da ignorância e do satânico desdém. Os ingleses perceberam isso muito bem e os europeus mostraram o mesmo, com 70% de abstenção nas ultimas eleições europeias.

Na França, Marine Le Pen pediu ao parlamento francês um referendo à emigração de massas, justificando que "a emigração está a submergir a população francesa", resultado de um plano globalista. Le Pen (à frente em todas as sondagens para a presidência) declarou no parlamento que "a emigração está a ser usada como arma, contra a identidade dos europeus, obrigando os europeus a adaptarem-se e reconfigurarem os seus valores culturais e nacionais". A emigração está a destruir vidas; a destruir cultura e o estilos de vida, a destruir cidades, zonas rurais, igrejas e o próprio cristianismo, disse a corajosa Marine Le Pen, que terminou o seu discurso denunciando que "os globalistas querem fazer dos europeus escravos dos emigrantes".

Mas não são apenas os europeus que sofrem: um traficante de emigrantes turco surgiu num vídeo no YouTube onde mostra o seu contentamento pela medida de Erdogan: há poucos anos, gaba-se,  "encheu" a Europa com migrantes, a 600 euros por cabeça, alguns deles futuros criminosos e terroristas.


6. Europa em colapso

Não foi por acaso que a UE, obrigou a todos os paises membros que tenham legislação de controle de armas (inclusive caçadores) pronta em Março de 2020, "sem falta e urgente". Porquê em Março? Porquê depois desta crise gémea do Corona e da nova invasão de emigrantes. Por acaso? Não há nada por acaso em política. Muito menos na UE, onde algo mais profundo ou dramático está para acontecer.
O que esteve sempre como objectivo na agenda globalista foi criar crises, geri-las e retirar, lentamente, direitos aos cidadãos. Na China é fácil, mas no Ocidente é mais difícil, dado o edifício jurídico. Esta agenda ocorre quando, por exemplo, em nome do controle da epidemia se condicionar a população, retirando-lhes o direito à livre expressão e até reunião; e em nome do (inédito) controle da emigração, reforçar a 'segurança' dos europeus não apenas impingindo o exercito europeu, como diminuindo as defesas das soberanias e dos cidadãos. Mas o real interesse da UE é a sua auto-regeneração como instituição 'graciosa', para que os estados membros não ousem os seus 'exit': a UE não é a Europa, é apenas um banco que não admite perder clientes.
Além disso, esta invasão de migrantes na Grécia, vindos da Turquia serve perfeitamente os desígnios da ONU e o seu sinistro Plano Global das Migrações (PGM). Embora a recente presidente (não-eleita) da UE, Ursula Von Leyen tenha revisto o infame PGM, não mostrou ainda quais são as suas verdadeiras intenções. Tudo indica que Leyen está empenhada apenas em manter a carcaça de Bruxelas e tentar apagar as inquietações populistas que facilmente abalam a casa na areia dos burocratas da UE. Esta crise gémea serve esse propósito como uma luva: controlar a ascenção dos populismos e dos nacionalismos, inimigos da anti-democrática UE.
Recentemente, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos deu razão a Espanha num caso de deportação sumaria de migrantes que tinham invadido a Espanha. Esta decisão abriu um precedente na política europeia para a emigração e fará com que outros paises usem esta decisão, como referência, para controlarem as suas fronteiras. Mais uma vez, a UE está apenas a tentar contornar as causas que geram o nacionalismo e o populismo, geraram o Brexit e podem criar novos exits: a UE teme apenas perder mais clientes.


Conclusão:

A situação nas fronteiras da Grécia sugere-se agora controlada, houve 200 detidos e tudo parece calmo. Mas é uma distracção: a UE está em colapso. As manifestações são na França de Macron diárias e massivas. A Alemanha apresenta números de crescimento zero desde 2019; a Inglaterra saiu da UE e é exemplo para europeus; e a China,  principal investidor na Europa, enfrenta a dupla crise epidémica e económica. Mantêm-se os problemas internos com os emigrantes na Europa da estagnação económica e moral. Esta crise gémea da epidemia e invasão, está apenas a servir o propósito de controlo do ciclo das noticias a favor da UE e distrair a real situação da Europa e dos seus estados-nação: estagnação sem solução.
A Turquia não perde nada com esta invasão: Erdogan não se preocupa com campeonatos de imagem publica, é um ditador que continuará a fazer parte do espólio da UE e dos globalistas como 'demónio de estimação', continuará a servir no futuro para agendas semelhantes de reacção que legitimem o reforço da globalização da UE. O problema é que a globalização acabou, como mostra a decadência da China e da UE, que conseguiram aqui o desvio de atenção perfeito. Com isto, as cúpulas da UE vão desviar as suas responsabilidades no colapso para a crise social e epidémica. Nada de novo. Em breve a ilusão terminará.
Os paises dos Balcãs enfrentam mais uma ameaça dos planos da globalização. Souberam a tempo controlar as suas fronteiras, mas ainda se debatem com a hostilidade cultural que a emigração de massas lhes impingiu. Os gregos são quem mais sofrem com estes emigrantes, instrumentalizados para serem armas de destruição da civilização europeia, a maioria enganados por governantes doutrinados na ONU.
Estas crises epidémicas e demográficas servem para esconder o fim da globalização, seus actores e beneficiários. Servem para atacar o sucesso de Donald Trump e os EUA. Servem ainda para esconder a massiva divida internacional e a ascenção dos populismos e nacionalismos europeus, que a UE tenta a todo o custo controlar, com eventuais subsídios, muitos sorrisos e abraços, num derradeiro esforço para não perder mais clientes.
A UE acabou.

deveza.ramos@gmail.com

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