Por,
Augusto Deveza Ramos
Sociólogo
Janet Yellen, Secretaria do Tesouro na administração Biden e ex-presidente da Reserva Federal, avisou o Congresso dos EUA que a partir de 1de Junho o governo dos EUA não terá mais reservas de dinheiro para cumprir as suas obrigações, incluindo pagamentos de pensões e segurança social, 'food-stamps', salários da administração e salários de funcionários e militares em territórios internacionais. E o fim dos Estados Unidos da América?
1. Queda do dólar
Mais de 24 paises mostraram a intenção de deixar de usar dólares em transacções internacionais, não apenas paises rivais dos EUA agregados no BRICS, mas tambem tradicionais aliados dos Estados Unidos, onde se inclui a Arábia Saudita (agora candidata ao BRICS). O caso mais grave nesta dissidência é o da França, Macron fala a alta voz em abandonar o dólar e até a Alemanha admite substituir o dólar por Bitcoin em algumas transações internacionais. O caso mais relevante é o da China onde em Abril de 2023 e ineditamente na historia, o Yuan ultrapassou o dólar em transacções internacionais chinesas.
Apesar destes indicadores o dólar não está seriamente ameaçado, é ainda a principal moeda internacional. significando 90% do fluxo monetário internacional. No entanto há algo no ar porque, a levante e a juzante, o apelo à queda do dólar está mais amplificado.
2. Opiniões
O FMI reconhece que o dólar está a perder estatuto internacional, mas segundo analistas financeiros experientes como Edward Dowd da Phinance Technologies, o dólar não perderá o seu estatuto em breve, isso acontecerá mais provavelmente ao euro, uma moeda escondida no paternalismo da União Europeia. Da mesma opinião é Martin Armstrong que confirma que o dólar será a ultima das moedas a cair, porque apesar de perder estatuto ainda mantém forte referencia e é, de longe, a principal moeda para transacções internacionais. "O que temos aqui é uma desordem", diz Armstrong acerca do sistema monetário, mas apesar disso, "quando se começarem a verificar falências nos paises e acelerarem a fuga dos capitais, o dólar será o principal activo em demanda".
3. Realidade assustadora
Apesar destes optimismos, o facto é que Janet Yellenl avisou o Congresso norte-americano em finais de Abril, que a administração Biden deixará de ter reservas monetárias a partir de 1 de Junho, o que causará deflacção. Isso mesmo confirma Edward Dowd, em entrevista a Greg Hunter do USA Watchdog, "pela primeira vez desde a Grande Depressão de 1930, os EUA estão com as reservas de dinheiro em valor negativo". E este é o mais assustador dos cenários, porque o governo EUA entrará em falência, sem dinheiro para pagar as suas obrigações administrativas, incluindo salários e baixas transacções, como segurança social, food stamps (senhas de refeição para pobres), salários de militares e funcionários em embaixadas e territórios internacionais. Pior, o governo americano tem um mês para decretar ou não falência, se o fizer deixa de ter responsabilidade em solver quaisquer compromissos financeiros nacionais ou internacionais, o caos.
4. Soluções
Para resolver esta situação o governo dos EUA só tem duas soluções de financiamento até 1 de Junho: ou imprimir mais moeda (que gerará mais inflacção), ou vender títulos do governo até Junho; grave é que até agora o governo não conseguiu vender títulos de divida americana, dada a desconfiança internacional ao dólar. Caso nenhuma destas soluções se concretize, veremos não apenas a falência dos EUA mas a perda total do estatuto do dólar.
5. Implosão dos bancos e corrida aos bancos
Quando em 11 de Março o Silicon Valley Bank decretou inesperada falência gerou-se o inicio de uma cascada de falências e abalos bancários, quer nos EUA quer na Europa; nos EUA o First Republic Bank foi o segundo e mais três faliram, entretanto a banca americana tem conhecido uma fuga de depositos inedita, uma corrida aos bancos, só numa semana levantaram-se 60 biliões de dólares. O mesmo abalo aconteceu na Europa, no Credit Suisse e Santander que gerou mais uma (inútil) intervenção do Banco Central Europeu. "Isto vai continuar, a queda dos bancos é só o principio, vamos entrar em profunda recessão", avisa Edward Dowd.
Quer continue ou não, a partir destes episódios ficou abalada a reputação do dólar e exposta a fragilidade do sistema bancário americano (e europeu), indicadores prováveis da implosão do sistema económico ocidental.
6. Caos social e politico nos EUA
A acontecer, este cenário de implosão da economia gerará imediatos conflitos sociais. Quase metade da população americana vive apenas com o que ganha ou da segurança social, pensões e 'food-stamps' (senhas de alimentação, fornecidas pelo governo). Ora, se o governo perder a sua capacidade de transferir pagamentos a esta significativa população acontecerão imediatos conflitos na rua (que já estamos a assistir) com os "tradicionais" conflitos raciais a emergirem, principalmente na população negra desfavorecida e na população latina imigrada ilegalmente, sem competências laborais, totalmente reféns dos subsídios do governo. Os media inflamarão a guerrilha porque é tudo uma questão de rankings de audiência. As projecções são tão dramáticas que Steve Quayle, comentador de sociedade e economia americana, fala mesmo em "eminente guerra civil".
7. Previsões semelhantes para a Europa - dissidência na UE e NATO
Martin Armstrong, um dos mais requisitados economistas por governos de todo o mundo, mostrou que o caso da Europa é mais grave do que o dos EUA, "pelo menos nos EUA há capitalismo que garante alguma confiança". Não é o caso da Europa, onde "a União Europeia intervencionista, retirou a confiança ao sector bancário com baixas taxas de juro e hoje nenhum investidor desperto investe na banca europeia ou em divida publica dos paises membros da UE". Esta situação gerará a prazo uma falência das pensões e segurança social porque as nações europeias não terão meios de financiamento, obtido principalmente por venda de divida publica.
Por isso, não é de estranhar que já ouçamos algum ruído neste sentido. Não apenas a União Europeia como a NATO começam a ficar divididos com cada vez mais dissidência interna (o caso da França é paradigmático, mas tambem a Alemanha em breve). E não parece que apoios a Zelensky tenham sido populares senão em duvidosas televisões. Os governos europeus repensam a sua estrategia e sabem que têm em frente uma inflacção artificialmente controlada (os números de inflacção são muito maiores porque escondem a despesa publica) e prestes a explodir, alem disso, sem capacidade de venda de dividas publicas só resta mais impressão de moeda, que gerará ainda mais inflacção. "É um situação sem solução", conclui Armstrong, se o BCE baixar os juros a banca perde credibilidade e investidores, se aumentarem os juros aumentará a inflacção e a mesma perda de credibilidade para o consumo e investimento interno. E toda a culpa é dos bancos centrais, do Banco Central Europeu na Europa e Reserva Federal nos EUA, ambos bancos privados, que geraram um modelo económico de tipo keynesiano, isto é, de intervenção e regulação estatal.
CONCLUSÃO
Estes sintomas mostram que está em curso uma operação de implosão das moedas ocidentais para implementação "a martelo" da moeda digital. Ora, se o dólar ainda é principal moeda de transacção internacional representando 90% destas operações porque está a administração Biden, a Reserva Federal e até Macron e o BRICS, tão empenhados na desdolarização, senão para forçarem a implosão das moedas ocidentais, primeiro o dólar depois o euro, logo causarem massivas crises económicas e sociais e, sem espanto, surgirem com a sua solução à espera na gaveta: a moeda digital, a ser imposta à população como solução única, centralista e autoritária.
Esta moeda digital gerará tanto descontentamento e desgoverno que as elites financeiras proporão modelos de "inteligência" artificial para gerir a economia incluindo controlar cada cidadão e gerir sistemas governamentais.
Até lá, vamos assistir a uma implosão controlada das moedas ocidentais, dólar e euro, com análoga queda das instituições bancarias, "só não sabemos se será uma queda em cascata que incluirá os grandes bancos e bancos centrais" antecipa Dowd, "mas se a Reserva Federal perder o controle será o pânico total,... vender, vender, vender !".
NOTA FINAL
Para antecipar uma eventual queda dos sistemas bancários (pode incluir o encerramento da rede de Multibanco), e até da sociedade, os cidadãos têm à sua disposição modelos de prevenção alternativos:
1) Diversificar contas bancarias
2) Reservas de curto prazo – moeda corrente em mão, euro ou dólar
3) Reservas de médio prazo – títulos de tesouro, certificados de aforro (porque o estado é o ultimo a falir)
4) Reservas longo prazo – ouro e prata, moeda ou joalheria
5) Reserva de risco (governos podem encerrar a internet) – bitcoin, cripto-moedas
6) Cartões de credito desaconselhados
7) Produção alimentar domestica (horta, ovos,etc), armazenamento de alimentos para médio e longo prazo
8) Aquisição de ferramentas básicas e instrumentos de primeira necessidade
9) Sistemas alternativos de energia e confecção de alimentos
deveza.ramos@gmail.com
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OBRIGADO PELA SUA VISITA
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