Por,
Augusto Deveza Ramos
Sociólogo
Estamos a assistir a uma rápida transição nos sistemas económicos. A anunciada implosão do dólar a acontecer diante dos nossos olhos, será mais dramática e consequente do que estimamos.
1. O sistema
Este sistema internacional baseado no dólar, foi criado na década de 20 do sec. passado coma criação da Reserva Federal, um banco privado, mantido com este nome para dar a aparência de ser um banco governamental, mas é privado, com os seus próprios accionistas. este banco não faz mais do que imprimir dólares e emprestá-los ao governo dos EUA sob juros que a população paga com impostos - um excelente esquema financeiro que está a ser desmantelado - o mesmo esquema mafioso ocorre no Banco Central Europeu.
Este sistema baseado no dólar conheceu o seu apogeu nos fins da segunda guerra mundial, com a criação do sistema vigente em Breton Woods. Foi sempre um sistema frágil, centralizado e até autoritário. As constantes crises inflaccionárias eram superadas com a emissão de moeda ou manipulação das taxas de juro. É este cenário a que estamos a verificar actualmente.
É em essência um sistema que vive á custa de divida, que os bancos emprestam aos paises, governos ou estados (no caso dos EUA) sob juros. Esta artimanha teve o seu apogeu nos anos 70, quando Henry Kissinger convenceu os paises árabes produtores de petróleo a vender o seu petróleo em dólares (petrodolar), com sucesso, mas apenas dois paises recusaram o Irão e o Iraque, dai as constantes guerras e pressões a estes paises. Em 1971, Nixon declara que o ouro deixa de servir como moeda de transacção internacional, devido a falsas alegações de especulação e temporariamente o dólar será a moeda rainha dos negócios internacionais. Esse "temporariamente" durou até hoje. Por exemplo, Portugal era uma potencia internacional em ouro e a descoberta de petróleo em Cabinda iria, como verificam alguns analistas, forçar a uma revolução em Portugal que só foi possível pelo abandono de alianças internacionais com Portugal, inclusive a NATO.
2. Porque cai o dólar?
As constantes crises e subida de inflacção durante a administração Biden, geraram uma desvalorização do dólar como moeda internacional. Para evitar esta desvalorização, muitos paises que mantém os seus tesouros de reserva em dólares deixaram de usar a moeda americana como transacção. E não só adoptaram o uso de ouro como principal activo de reserva como como começam a negociar em moedas nacionais. Entre estes paises estão a Arábia Saudita, a China a Russia, Brasil, Índia e até a França.
3. Instaurada a crise
Este processo de afastamento do dólar iniciou-se subrepticiamente em 2021, com sinais de rebeldia dos paises do BRICS e com a 'guerra na Ucrânia' que aumentou a polarização mundial.
Mas o sinal de alarme aconteceu em 11 de Março deste 2023, com a falência (anunciada) do Silicon Valley Bank (SVB). Este banco que albergava principalmente depósitos do sector da industria de tecnologia declarou-se insolvente em apenas 24 horas - uma situação inédita na historia das finanças mundiais. Um outro banco o Republic First, tambem declarou falência nos dias circundantes.
Se os media se mantiveram discretos (por não controlar os acontecimentos) o sector financeiro conheceu um forte abalo onde quem anuncie não apenas a queda do dólar, como "uma crise que veio para durar", segundo Jamie Diamond, o polémico CEO da JP Morgan.
4. Na Europa
A implosão do SVB gerou uma imediata onda de choque que afectou a Europa. O Credit Suisse um banco "suspeito" que mostrava sinais de fraqueza foi fortemente abalado por esta crise. Este banco suíço, é conhecido por lavagem de dinheiro e albergar algumas das fortunas mais polemicas do mundo, isto é, fortunas de ditadores e organizações para-governamentais.
O abalo do Credit Suisse forçou uma Intervenção do Banco Central Europeu (BCE), uma acção perniciosa porque sabemos que quando os bancos centrais intervém, a situação piora-se - foi o que aconteceu por exemplo ao banco de Ricardo Salgado, o Banco Espírito Santo, que estando débil era solido até à intervenção do Banco de Portugal que lhe garantiu a implosão. De facto, a intervenção dos bancos centrais tem a real intenção de destruir o sistema bancário, como vamos verificar adiante.
Apesar desta intervenção as ondas de choque geradas em Silicon Valley afectaram não apenas a Suíça como a Alemanha num dos seus bancos e um dos maiores do mundo, o Deutsche Bank. Conhecemos a campanha de suavização dos políticos que mantém a população gerida com os tradicionais discursos de normalidade e culpabilização da população.
O facto é que o Credit Suisse conheceu uma das maiores remoções de depósitos de sempre (principalmente fortunas norte-americanas) e o Deutsche Bank, tal como o banco suíço, tem perdido constantemente cotação em bolsa, chegando a perder 14% de valor num só dia.
5. Transição
É uma operação de transição deste sistema de bancos centrais para outro mais centralizado. Estes sistemas de bancos centrais duram um século, ou menos. Este sistema ocidental que subjugou o planeta com o dólar está desenhado apara durar 60 anos. Estes sistemas são quebrados com guerras (para isso serviram a I e II guerras mundiais), que mantém a população afastada do principal foco social: o sistema de bancos.
Mas desta vez não há nenhum episódio credível, a guerra na Ucrânia foi provada como sendo uma operação de provocação da NATO ( o braço armado deste sistema de bancos), nem a epidemia foi suficiente para desviara a tenação da população porque se revelou mais como fraude estatística do que crise sanitária.
O que está em curso é uma operação destes bancos Reserva Federal e BCE para implodir o seu próprio sistema e gerar o sistema da besta , o da moeda digital, mais centralizado, vigilante e autocrata. Estas crises bancarias e intervenções adjacentes dos bancos centrais servem para implodir controladamente o sistema bancário.
Mas vão haver resistências, e como alertou Jamie Dimon, vão-se ampliar a crise , porque o sistema financeiro na sua totalidade precisa dos sectores financeiros mais pequenos para funcionar, doutro modo instaura-se o gelo social e financeiro.
6. Meandros
As políticas de Biden de encerrar a produção de petróleo nos EUA, exponenciar inflacção e taxas de juro, escalar os preços da energia e alimentos, sem mencionar os mais de 600 ditos 'acidentes' em grandes superfícies alimentares só no ano de 2023 (havia uma media de 19 por ano), mostra que a esquerda americana e europeia teima em fazer da população ainda mais pobre, ao implodir o sistema económico, apesar de modo controlado.
O World Economic Forum (WEF) é o braço mediático desta operação, sediado na Suíça e liderado por Klaus Schwabb, treinado pela CIA, o objectivo do WEF é gerar operativos mundiais, a que chama lideres, para monitorizar esta operação. Entre esses operativos contam-se Macron, Trudeau e outros socialistas perigosos. Verificamos que a França já está a conhecer a maior greve de sempre da historia humana com o trabalhadores franceses a resistirem às reformas do governo. E no Caso do Canadá de Trudeau, onde a correctice política vai ao ponto de bloquear contas bancarias dos dissidentes ou membros dos partidos de oposição - um precedente que será incluído no sistema de moeda digital, vigiar e punir.
7. Prazos: Julho e Outubro.
A falência do SVB foi apenas o primeira acendalha desta crise. Serviu ainda como fase beta, ou teste, para verificar como o sistema reagiria a uma crise deste tipo. E o que verificamos foi uma deslocação dos depósitos em bancos pequenos para os bancos grandes, uma diminuição histórica de depósitos, a subida drástica do preço do ouro, uma perda de confiança no dólar e euro por particulares e paises e à fatal intervenção de governos e bancos centrais.
Alguns analistas referem que Julho será o mês do arranque da implosão com gestação de uma crise bancaria mais alargada, provavelmente com (falsos) ciberataques (atribuídos, claro, à Russia), mas Edward Dowd, um brilhante analista financeiro, gestor da Phinance Technologies e ex-funcionário da Goldman Sachs, prevê que Outubro será o mês do grande descalabro, por haver índices internacionais objectivos (não manipuláveis), como o Índice de Tráfego Internacional que mostra uma forte desaceleração do tráfego de mercadorias, logo da economia.
8. Soluções nas moedas nacionais
O Partido Comunista Chinês (PCC) é um também banco, que empresta dinheiro a paises pobres, principalmente africanos, com a promessa de os ajudar na sua infraestrutura. Mas tudo o que estes paises credores recebem é controle por parte do PCC e da China. Mas este sistema não é novo, é dessa mesma maneira que têm funcionado o FMI, o World Bank, o Banco Central Europeu ou a Reserva Federal. Este endividamento internacional não passa de operações feudalistas para escravizar a população que tem de devolver os empréstimos com cada vez mais impostos sobre tudo e sobre todos.
O BRICS (uma associação económica do Brasil, Russia, China, Índia e África do Sul), por exemplo, surgiu como uma alternativa a este sistema ocidental, gerando um sistema endógeno de negócios e comercio. Esta organização, conta já com outros candidatos como a Arábia Saudita, Emirados Árabes, México, Argentina, Nigéria e Egipto - não por acaso estes paises são os principais detentores ou produtores de ouro no mundo. O objectivo é criar processos alternativos ao dólar, uma iniciativa que está dar os seus frutos. Por exemplo a Russia dificilmente teria mantido a sua economia intacta se não fosse estas alianças, hoje a o Rublo é uma das moedas mais confiáveis do mundo porque está padronizada ao ouro.
Tudo indica que, com a implosão do dólar e do euro, as soberanias se vão debruçar para moedas nacionais e muito provavelmente padronizadas ao ouro (não a este sistema que produz moeda iníqua). Outros, como EL Salvador, preferirão o bitcoin como moeda nacional.
Foi para enfrentar esta ameaça de uma qualquer moeda digital ou a eventualidade da queda do dólar, que alguns estados norte-americanos (Utah, Oklahoma, Wyoming e Arkansas) promulgaram o ouro e prata como moedas de valor e transação legal.
Mas até lá iremos assistir a operações criminosas do WEF, provavelmente com ciberataques, para ao gerarem as crises bancarias forçar que depósitos em bancos pequenos sejam facilmente transferidos para bancos grandes, ajudando à famigerada centralização bancária e controle dos cidadãos. Uma estupidez financeira segundo o CEO da JP Morgan, porque os grandes bancos não conseguem sobreviver sem os bancos pequenos, gerando uma intoxicação nos grandes bancos e logo o crash do sistema.
Conclusão
Temos assistido a uma deslocação do uso das moedas de bancos centrais (dólar e euro) para sectores como o bitcoin, ouro e moedas nacionais.. Por exemplo, a Russia está a vender petróleo para a China usando a moeda chinesa Yuan, a mesma Russia vende petróleo para a Índia usando a moeda indiana Rupi, outros, como o Brasil e Argentina anunciaram criar uma moeda comum.
Isto mostra uma desvalorização do dólar e euro como moedas internacionais, episódio mais grave é quando a Arábia Saudita, um tradicional aliado dos EUA, anunciou recusar o dólar como moeda internacional, os mesmos sauditas anunciaram ainda a diminuição da produção de petróleo. Se ainda estamos no embrião da rebeldia ao dólar, isto mostra uma tendência crescente porque até a França recusa usar o dólar em compra de gás natural e a Alemanha admitiu o uso do bitcoin em alguns sectores comerciais internacionais.
O dólar deixará de hegemonizar não apenas as transações, como deixará de ser activo exclusivo das reservas de paises e organizações que admitirão o ouro, prata, bitcoin e até o forte rublo como reserva financeira.
As crises e tumultos a que iremos assistir em breve, incluindo a escalada nuclear da NATO, são consequência desta operação de implosão controlada do dólar e do sistema ocidental, para gerar um outro pior e mais tirano, a moeda digital.
deveza.ramos@gmail.com
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Augusto Ramos
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